Viajando no tempo
- Foi por pouco! Desta vez, quase que éramos descobertos...
Era quase de manhã e os dois irmãos acabaram de viver mais uma grande aventura.
Os irmãos são a Tânia e o Miguel. Têm, respectivamente, 13 e 10 anos. Apesar de serem irmãos, pouco têm em comum, excepto o interesse pelas novas tecnologias e pelas viagens.
No ano passado, inventaram uma máquina que lhes permite viajar no tempo. Quer dizer, à noite, sem que os seus pais saibam, eles fazem grandes viagens em direcção ao passado e a futuro!
Naquela noite, os destemidos irmãos viajaram até ao ano de 1974 e trouxeram de lá um novo amigo: um gato a que chamaram gravatinha.
Gravatinha era curioso, tímido, olhos meigos e tristes e adorava viajar, mas… desconhecia as novas tecnologias. Trazia consigo um segredo… para já, não o poderia revelar…
Acabava de chegar do passado e ia começar a viver novas aventuras. As aventuras dos irmãos, Tãnia e Miguel.
- Ufa!... Safámo-nos…- suspiraram de alívio, os dois irmãos. Amanhã temos de regressar novamente ao passado… Vamos fazer tudo com mais calma e levamos connosco o Gravatinha.
À noite activaram a máquina do tempo e voaram até à Pré-História.
Viram dinossauros e… Nem queriam acreditar… Gravatinha dava saltos de alegria e num ápice, desapareceu…
Já era tarde, o Sol estava a pino, aquecia a areia e transformava todo o chão em brasas. Os irmãos estavam a perder o resto das suas forças e iam ficar, ali, assados. Desistiram de o procurar…
Activaram novamente a máquina do tempo, carregaram no botão verde e sem querer, chegaram ao futuro… À sua espera encontrava-se um mensageiro, com o seguinte aviso:
OS VOSSOS PAIS DESAPARECERAM
Os meninos, sabendo que os pais estavam em perigo resolveram construir um robot inteligente, aproveitando os seus conhecimentos tecnológicos, que os ajudasse a encontrar o caminho até eles.
Procuraram materiais para a construção do robot: parafusos, martelo, bateria, latas, sucatas e tudo o que iam encontrando pelo caminho que fosse útil. Assim foram construindo o seu detective. Finalmente ficou pronto e baptizaram-no de Génio.
Partiram à descoberta dos pais, não esquecendo também que teriam que encontrar o Gravatinhas que tinha ficado perdido no Passado e deveria estar a sentir-se muito sozinho.
Entraram na máquina do tempo e programaram-na para chegar ao Presente, para saberem dos pais.
Iniciaram a viagem, a máquina do tempo rapidamente se deslocou no espaço, Miguel e Tânia estavam deslumbrados ao ver as estrelas e os planetas.
De repente, surgiu um asteróide à frente deles, eles tentaram desviar-se mas não conseguiram evitar um choque brutal.
A máquina do tempo com o embate despenhou-se e caiu numa selva, os irmãos ficaram assustados e atordoados, mas como por milagre estavam salvos e não sofreram o mais pequeno arranhão.
Mas como iriam eles sobreviver, no meio da selva?
- Miguel, tens aí o teu telemóvel? – perguntou a Tânia
- Tenho, o problema é que está sem bateria.
- Eu perdi o meu, não o encontro, com o embate do asteróide deve ter ficado no espaço... Agora, como é que vamos sair daqui e encontrar os nossos pais?
Os dois irmãos estavam muito preocupados, a dar voltas à cabeça, para tentarem resolver aquela difícil situação porque sair dali seria muito complicado. Os caminhos escondiam perigos imagináveis, animais com que teriam de se confrontar, tudo lhes parecia ser medonho e à medida que o tempo passava mais apavorados estavam.
A noite não tardaria a chegar, já sentiam fome e frio quando repararam no robot “O Génio” que estava mesmo ali ao seu lado.
Resolveram utilizar o “Génio” e testar as capacidades que o seu nome sugeria. “Génio” deveria ser, porque era capaz de resolver qualquer problema.
O Miguel olhou para a irmã e disse:
- Vou ligar o Génio, vamos ver o que acontece!
Logo que o ligou, as luzes do Génio começaram a piscar, e uma luz verde muito forte, acendeu-se na sua testa. O Miguel, todo contente, disse para a Tânia:
- A luz verde deve indicar que se pode dar ordem ao Génio! Depois pediu ao Génio:
- Génio, por favor arranja a nossa máquina do tempo!
O Génio, piscando e buzinando, apressado, foi em direcção à máquina do tempo. Com os seus braços em forma de pinças, foi montando a máquina do tempo, que se tinha despedaçado, com o choque brutal no asteróide.
Ao fim de sete longas horas a máquina do tempo estava novinha em folha… Os dois irmãos subiram, apertaram o cinto de segurança, ligaram os motores, as luzes e… Por fim riram, riram ao lembrar as loucas histórias por que tinham passado.
Quem iria acreditar neles?
O Miguel lembrava à Tânia:
- Tânia, lembras-te da cobra com olhos vermelhos e corpo às riscas, que nós tivemos de enfrentar, enquanto o robot Génio montava a máquina do tempo?
- É verdade Miguel, a sorte foi que a cobra se tornou nossa amiga e nos apresentou o touro Bronzeado e a galinha Pintalgada!
- Os dois irmãos riram-se, riram-se enquanto se dirigiam de novo a 2009.
Quando lá chegaram, o Miguel e a Tânia deram uma nova ordem ao robot “Génio”:
- Procura pistas ao pé da nossa casa e vê se encontras algum rasto dos nossos pais.
O Génio ficou muito aflito e disse:
- É um pouco esquisito ser eu a procurar algum rasto dos vossos pais porque as pessoas como vocês não estão habituadas a ver robots. Ficarão muito confusas se me virem.
Os dois irmãos concordaram e decidiram então esconder o robot nuns arbustos ali perto, fazendo-o prometer que ficava ali sossegado, sem sair daquele esconderijo improvisado.
Ao tentar esconder o seu amigo naqueles arbustos, qual não foi o seu espanto, descobriram um pequeno pedaço de papel com um recado, escrito em letras gordas:
“Se querem os vossos pais de volta, tragam a máquina do tempo em troca. Para isso, dirijam-se ao barracão dos morcegos, junto à Fonte das Três Cabeças. Hoje, quando o relógio bater as doze badaladas…”
A Tânia e o Miguel ficaram apavorados porque já conheciam a lenda daquele barracão. As vozes do povo diziam que, após o relógio bater as doze badaladas, o dito barracão ficava assombrado e mais ninguém poderia lá entrar, pois para além da dita assombração, o barracão transformava-se num ninho de morcegos… CARNÍVOROS!!!
Tânia e Miguel estavam muito curiosos e ansiosos, por isso entraram no barracão devagar. Mas ao entrarem, de repente, viram um grupo de morcegos. Tiveram tanto medo, que, eles os dois, começaram a correr muito e chegaram a um ponto que ficaram perdidos numa floresta. Eles tinham muito medo porque estava escuro. Encostaram-se um ao outro, esperaram, esperaram e acabaram por adormecer.
No dia seguinte, a Tânia e o Miguel acordaram no meio de árvores, estavam cansados, sentiam que tinham dormido muito mal, mas não se lembravam de nada. Entretanto viram o bilhete dos raptores, lembraram-se dos pais, esperaram e à noite voltaram ao barracão com a máquina do tempo.
Foram andando até que encontraram um barracão, e o Miguel disse:
- Tânia! Já me lembro.
- De quê? Disse a Tânia com uma voz de medo.
- Este barracão está assombrado e tem muitos morcegos, - disse o Miguel com um bocadinho de medo.
- Vamos entrar? - Disseram os dois um para o outro.
E eles entraram, e já lá dentro ouviram um barulho e encolheram-se abraçando-se um ao outro.
O Miguel descobriu que era um homem com muito mau aspecto. Nem tiveram tempo para lhe perguntar pelos pais. Tiveram que sair mais uma vez, rapidamente daquele barracão, com as pernas a tremer e mal podendo respirar.. Eles saíram a correr e o homem mal encarado atrás deles. A máquina do tempo ficou lá que eles não conseguiam levá-la, mas a Tânia tropeçou num pequeno pauzito e caiu, o irmão tentou levantá-la mas só conseguiu sentir uma mão forte agarrá-lo. Sem saberem como acordaram e estavam os dois amarrados, com um pano na boca, junto dos seus pais. Eram prisioneiros também. Estavam assustados, até que apareceu o gravatinhas que sem saberem como tinha regressado do passado e vieram em seu auxílio e lhes contava agora o seu segredo, que era… “Um gatinho mágico que se transformava em tudo o que queria”.
A Tânia e o Miguel ao verem o seu amigo ficaram espantados.
- Como chegaste até aqui? - Disse a Tânia.
- Como é que nos descobristes? - Pergunta o Miguel.
O Gravatinha sorriu e disse:
- Eu sempre andei convosco. Naquele dia quando desapareci senti que vocês necessitavam sempre da minha companhia então decidi naquela altura transformar-me num grãozinho de areia e saltar para o bolso da Tânia.
- Quer dizer que andaste sempre connosco? - Pergunta o Miguel.
- Sim é verdade, mas agora tenho que vos ajudar a fugir daqui para fora.
O Gravatinha transformou-se em tesoura e cortou tudo o que era corda, de seguida transformou-se numa mangueira gigante para servir de túnel a fim de a Tânia, o Miguel e os pais conseguirem fugir do homem com mau aspecto e do barracão assombrado.
Quando chegaram à rua ficaram os quatro muitos contentes, deram muitos abraços e muitos beijos um aos outros por estarem de novos juntos e felizes.
A Tânia lembrou-se de repente da máquina do tempo que tinha ficado dentro do barracão e perguntou ao Gravatinha se os podia ajudar.
O Gravatinha disse:
- É para já.
O gato Gravatinha transformou-se numa pulguinha e lá foi ele para o barracão aos saltinhos.
Depois de chegar lá, viu aquele homem que prendeu os pais da Tânia e do Miguel. A pulguinha com medo escondeu-se, pois podia ser pisada, e foi à procura da máquina do tempo.
Encontrou-a num baú velho, muito antigo e como ele é um gatinho mágico, transformou-a em miniatura. Meteu-a numa bolsa, correu para a porta mas... estava trancada. Pensou... Pulou pela fechadura e foi ter com a Tânia e o Miguel.
Ao chegar ao pé dos amigos com a máquina do tempo, disse a frase mágica:
- Perlimpimpim... o feitiço acaba assim!
Tudo volta ao normal, começaram novamente a pensar qual seria o melhor destino para voltarem a viajar.
Não podiam ficar parados naquele lugar, a aventura, as viagens e é claro os mistérios faziam parte da sua vida!!!
Ligaram o computador Magalhães para pesquisar e encontraram uma mensagem do “ Clube Misterioso”...